
Você já reparou nos vendedores de pipoca? Não são aqueles que vendem no carrinho, esperando você sair bonitinha (o) do cinema ou teatro. São aqueles que, na hora do rush, ficam correndo para lá e para cá com um saco na mão. Pois bem. Dia desses, voltando do trabalho, dediquei-me a observá-los. Percebi, então, que são verdadeiras empresas competidoras. Tudo bem, eles podem até ser amigos, mas na hora de gritar “Olha a pipoca, olha a pipoca” a rivalidade entra em jogo. É uma concorrência inconsciente, mas acirrada. Tem aquele que grita “Olha o pipocão”. Já outro diz “Olha a pipoca crocante”. Um mais ousado arrisca em dizer que é “O passatempo da viagem”. Todas essas frases são repetidas em alto e bom som e em curto espaço de tempo. Até que entranha pelos ouvidos e a mensagem vai parar na barriga. Então, pedimos “Me vê uma pipoca, por favor”, para tentar amenizar a fome do jantar.
Como são muitos pipoqueiros, é preciso buscar uma maneira diferente de convencimento. Quando um ônibus vai se aproximando da parada, eles saem correndo e tentam alcançar as janelas. Nós, compradores, não temos muitos critérios para decidir entre esse ou aquele. A pipoca é a mesma e o preço também. A maneira de comunicar e a abordagem diante do consumidor são as estratégias de marketing em questão. Daí, eu me perguntei, e eles sabem que danado é estratégia de comunicação? Marketing? Não, não sabem.
Essas coisas estão na essência do ato de vender. Os pipoqueiros têm noção de concorrência, de disputa. E, para vencerem esta batalha, precisam se munir de ferramentas “conquistatórias”. É preciso encontrar caminhos para se destacar.
Foi aí que um deles me chamou atenção. Com agilidade, o pipoqueiro conseguiu convencer o motorista de entrar no ônibus para vender as pipocas, só durante o trajeto da parada até o sinal que havia logo mais à frente. Ele sabia que isso lhe traria bastante êxito. E trouxe. Saldo: 10 pipocas vendidas.
p.s 1: Esse post é em homenagem ao meu (in) consciente workaholic.