terça-feira, 16 de novembro de 2010

Fim de tarde
E a moleza bate

sábado, 6 de novembro de 2010

Para esconder a verdade
basta silenciar
o olhar



Sem mais.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Lá vinha ela com aquela sainha
Metade da bunda de fora
Uma composição hipnótica que chamava a atenção de qualquer um
Criança, velho, moço, mulher, homem, gay
Não importava quem
Todos compartilhavam daquela visão abundante
E que BUNDAnte!
Delícia...
Mas, o que eu gostava mesmo era do terço em forma de colar que ela usava
Ô que vontade danada de ser aquela cruz sufocada pelos grandes melões pecadores
O decote esplendoroso me animava sempre
Não era só a Deus que ela queria agradar
Ah...não mesmo
Era a mim também e toda a comunidade de Lagoinha
Fogosa é a minha Maricota!

P.s1: Texto inspirado numa mulher que vi passar na rua.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010


Do puro desejo
Restou ainda uma gota
Encheu meu mar de ilusões

sábado, 16 de outubro de 2010

Da série: bizarrices que eu vejo por aí

Vendedor de caju ou de Dilma?

Às 15h46, na feira de Casa Amarela, um vendedor de caju, ao invés de vender a fruta, gritava:

- Vote na Dilma, vote na Dilma! É a voz da mulé, a voz da mulé!

P.s1: Por alguns segundos, pensei que os cajus fossem várias Dilminhas de barro. Olhei de novo para ter certeza que não.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010


É um abandonar meio sem querer
Por causa do medo da falta que faz
Mas as lembranças persistem
Insistem
Pensamentos proibidos na imensidão dos sem-juízo
Censurada estou
E ficarei...
Até desatinar

sábado, 25 de setembro de 2010

Faz sentido

Olhares misteriosos
Um falo calado
O toque que falta
O sorriso de lado
Medo de querer
Sensações libertinas
A aproximação que faltava
As idéias enroladas que findam

Tudo poderia ser mais simples
Desejos poderiam vencer sem esforços
E sem ruídos
Mata
Mata-me
O silêncio da espera
É a trilha sonora que paira
Mentes exaltadas
Falta sentido no momento
Ou falta momento no sentido?

E depois de tanto
Apenas corpos entrelaçados
Não sabem de onde vieram
Nem muito menos para aonde vão
Apenas em sintonia
Isso é o que importa
Suspiros invejosos
Risos de alívio...

...

A volúpia contida se foi
Agora, resta só o carinho
Resta só o perdão
Resta o resto deixado pelos cantos
Resta a sinceridade
Além do afeto que demonstra a falta
Até a saudade bater novamente
E o sentido se fazer existir

P.s1: Esse texto estava sem sentido entre os meus arquivos. Resolvi dar um sentido para ele.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Eu tenho pressa



Ando sem tempo para escrever nesta bodega. Um dos (muitos) motivos você vai saber ao ler o texto que segue abaixo. Quem escreveu foi Carla Alencar, amiga e companheira de projeto.

Tudo despertou com a história de Neilton, um jovem nascido e criado em uma das comunidades mais pobres do recife: O Alto José do Pinho. Já tinha ouvido falar que ele era pintor, construía amplificadores de alta potência e que montou sua própria guitarra a partir de sucata e materiais recicláveis. O mais incrível é que ele é autodidata em tudo o que faz. "Nunca vi impedimento em ter um bom instrumento, se alguém fez a primeira guitarra, por que eu também não poderia fazer? A galera da revista trip veio aqui e ficou perguntando sobre a guitarra, já não agüento mais falar da guitarra... eu não fiz pra chamar atenção, fiz porque eu queria um instrumento e não tinha dinheiro", disse Neilton.

"Esse cara tem muito o que falar", pensamos. E realmente tem, o depoimento dele daria pra fazer tranquilamente um longa,cheio de detalhes, cuidado e cores. Neilton é de pura sensibilidade. Segundo Hugo Montarroyos,repórter e critico de música do site Recife Rock "Neilton é o Da Vinci da guitarra". E o camarada destrói mesmo, no bom sentido, claro!

Acontece que outras coisas foram chamando atenção e costurando em um lance mais amplo e instigante. Neilton toca na banda Devotos, que coincidentemente está em meio as comemorações de 20 anos de carreira juntamente com Cannibal e Celo.

Cannibal é uma figura conhecida em Recife, e, mesmo os que possivelmente não conheçam sua história, já devem ter ouvido falar alguma coisa a respeito daquele cara de dreads enormes e que, juntamente com Celo, idealizou a ONG e rádio comunitária Alto falante.

Celo é o batera, e faz com suas baquetas um som pesado, um hardcore de raiz, verdadeiro.

O que nem todo mundo sabe, é que eles são mais que meninos que passaram por dificuldades e hoje estão ai, é mais que uma história bonita, eles vão além de uma banda, são agentes sociais dentro de uma comunidade que conseguiu levantar seu nome a partir da música.

Hoje em dia as pessoas têm orgulho de dizer que moram no Alto, coisa que há 15 anos não era possível "Antigamente quando o pessoal tomava um taxi pro Alto, dizia que estava indo pra Casa Amarela, só quando chegavam na entrada do Alto é que avisavam, porque tinham vergonha... hoje em dia todo mundo tem orgulho de dizer que mora lá",fala Hugo Montarroyos.

O Alto saiu das páginas policiais para o caderno de cultura.

É claro que a marginalização ainda existe e que ninguém vive em contos de fada. Todo trabalho social e toda mudança só é possível a partir de um envolvimento coletivo, mas foram eles a raiz disso tudo, há muitos e muitos anos... Duas décadas para ser mais precisa.

E se os três juntos compõem a banda, por que não um documentário sobre a Devotos?

Então vamo nessa!

p.s1: entrem no blog da Carlinha: http://catando-vento.blogspot.com/. É muito especial!

domingo, 12 de setembro de 2010

Da série: sinceridades que eu encontro por aí


p.s1: Esse cartaz estava na parede do espaço Projovem, no município de Abreu e Lima. Foi escrito por uma criança. Pelo visto, ela já tem noção de que a vida não é nada fácil.

p.s2: Boa semana!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Devotos 20 anos



A trajetória da banda Devotos é algo que todos os brasileiros (e estrangeiros, por que não?) deveriam ter conhecimento. Pelo menos o mínimo. Essa história não é apenas incrível pela particularidade de cada um de seus integrantes (Cannibal, Celo e Neilton) ou pela qualidade vibrante e indiscutível de suas músicas. É muito mais do que isso. A necessidade incessante de romper as fronteiras da periferia e fazer circular a sua mensagem faz da Devotos um importante manifestação musical alternativa, que elevou o Alto José do Pinho à condição de lócus de produção sócio-cultural no cenário multicultural pernambucano. Como bem descreveu Roger de Renor "A Devotos é mais do que uma banda, é uma instituição"

O jornalista Hugo Montarroyos, do site Recife Rock, nos dá a oportunidade de conhecermos de perto a Devotos, através do livro Devotos 20 anos, que será lançado hoje, às 19h, na Livraria Cultura. O projeto faz parte da coleção Tramas Urbanas, da editora Aeroplano, e é idealizado pela escritora Heloísa Buarque de Holanda.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Uma idéia legal

Sinceramente, não gosto de escrever sobre moda. Até porque não costumo seguir à risca o que os estilistas empõem a cada estação. A moda é cíclica. Por isso, nunca jogo fora coisinhas legais do meu guarda-roupa. E foi seguindo este critério que participei no final de semana passado de um troca-troca, denominado Escambo.

A palavra de ordem era desapego. A dinâmica se deu da seguinte maneira: você doava peças de roupas, sandálias, sapatos, bolsas e/ou acessórios. Cada coisa tinha um valor em botão. Por exemplo, um vestido simples valia dois, uma camiseta valia um botão, e por aí vai...
Claro, não podiam ser coisas velhas. O intuito era se desfazer daquilo que não cabia mais ou do que já enjoou. Essa “brincadeira” foi idealizada por Teta Barbosa que, além de diretora de comerciais, criou (junto com a sua irmã Aninha) a marca Batida Salve Todos, que também acabou virando um blog de moda super legal (www.batidasalvetodos.com.br).

Bom, o Escambo rolou na Rua da Amizade, no bairro das Graças, ao lado da Boutique Delas. Eu realmente dei uma atualizada no meu guarda-roupa. Tiveram várias coisas muito boas. Como eu estava com muito botão, fiz a festa!

Hoje vim para o trabalho com algumas peças que adquiri no Escambo: um cintinho verde, uma bolsa e um All Star (isso mesmo, novinho!).


P.s1: Não se desespere, vão rolar outros escambos. É só ficar ligado no twitter @escambista e no blog Batida Salve Todos.

P.s2: Homens também podem participar.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Papo cabeça com Geraldo de Fraga


Geraldo de Fraga é jornalista, radialista, escritor, aspirante a boêmio, sentimentalista, torcedor do Santa Cruz (um sofredor) e, acima de tudo, um grande amigo. Nasceu no ano de 1979, no Recife, capital de Pernambuco. Suas maiores influências são os autores de quadrinhos Alan Moore, Neil Gaiman, Bem Templesmith, Mike Mignola e Garth Ennis. Na literatura propriamente dita, ele gosta de Stephen King, HP Lovecraft e Rubem Fonseca. O cinema também influencia sua forma de contar histórias, através dos filmes de Tarantino e M. Night Shyamalan. Começou a escrever contos de terror há 10 anos e em 2002 participou da antologia Histórias Medonhas do Recife Assombrado (Edições Bagaço). No ano de 2009, lançou seu primeiro livro Histórias que nos sangram (Editora Multifoco), que apresenta sete contos inspirados em lendas do folclore urbano do Recife.

Andreane Carvalho: Quando começou a se interessar por histórias de terror?
Geraldo: Sou fã de filmes de terror desde a infância. Com o passar do tempo fui descobrindo outras formas de arte como a literatura e os quadrinhos. É um gosto que vem de longe!

AC: Você já teve alguma experiência assustadora?
G:Já. Várias. Mas nenhuma de caráter sobrenatural. (risos)

AC: É verdade que os leitores em geral estão se interessando mais pela literatura fantástica? O que você acha disso?
G:Depois do sucesso dos filmes de Harry Potter e Senhor dos Anéis a literatura fantástica ficou na moda. Isso é bom, por que abre a cabeça dos leitores para novos autores.

AC: Conte um pouco sobre a experiência de fazer os livros História que nos sangram e Malassombramentos: Os Arquivos Secretos d’O Recife Assombrado.
G: Deu trabalho, principalmente o primeiro. São contos baseados em histórias reais (o fato pode até não ser real, mas as histórias são, né? Elas fora contadas, então são reais). Foi preciso uma pesquisa histórica também, já que as histórias são de época. Em Malassombramentos foi mais fácil, pois são histórias mais lights e com toques de humor. E também foi escrito a seis mãos, né? Eu tive ajuda!

AC: Pretende escrever outros livros com a mesma temática?
G: Não mais sobre as lendas do Recife. Acho que o tema se esgotou pra mim. Mas vou continuar com histórias de terror.

p.s1: Infelizmente, essa entrevista foi concedida por email. A cervejinha ficou para uma próxima. Afinal, eu precisava atualizar o blog com certa urgência.

p.s2: Essa é a primeira entrevista desta joça.

p.s3: Visitem o blog do Gera: infernorama.zip.net

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Assustadoramente bom



Para compensar a minha falta de atualização, resolvi comentar sobre o livro do meu compadre Geraldo de Fraga (ele já foi personagem em alguns textos deste blog).

Infelizmente, não escrevi a tempo do lançamento, que foi no domingo passado (29/08), durante a Festa do Livro. O evento acontece todos os anos aqui no Recife, mais precisamente na Praça do Arsenal (Bairro do Recife), e reúne várias editoras e livrarias.

Malassombramentos: Os Arquivos Secretos d’O Recife Assombrado faz parte das Edições Bagaço. As quatorze histórias, escritas pelos jornalistas Roberto Beltrão - também editor, Geraldo de Fraga e Jaqueline Couto, são baseadas em lendas e casos de assombração já conhecidos pelos moradores da capital pernambucana. Na publicação aparecem figuras medonhas como o Lobisomem, a Emparedada da Rua Nova, o Papa-figo e a Cumadre Florzinha.

As belas ilustrações da capa e dos capítulos são do artista plástico Fábio Rafael.

Você que é apreciador da literatura fantástica, e não tem medo de alma penada, vale a pena conferir Malassombramentos: Os Arquivos Secretos d’O Recife Assombrado. :)

p.s1: Não estou ganhando nada para a divulgação. Foi por livre e espontânea, digamos, pressão.


quinta-feira, 24 de junho de 2010

Ah, a nostalgia...

...às vezes, ela é bem gostosa. Adoro me deparar com lembranças fúteis de infância.
Esta semana encontrei com um senhor que tanto marcou as minhas horas de recreio. Subi no ônibus, olhei pra trás e lá estava ele, intacto. O tempo parece que não fuleirou. Continuava o mesmo. Pele um pouco envelhecida, magro, calça beirando o peitoral e óculos de armação grande com lente fundo de garrafa. O nome dele era José. Para os íntimos, apenas Zé.
Zé fazia serviços gerais no colégio em que estudei quando adolescente. Na hora do recreio, eu e meus colegas (meninas também) saíamos para o pátio. Nem sempre Zé estava lá, mas, quando estava, aguentava a gente a pulso. Tínhamos mania de falar perversidades para ele. Os meninos, alguns com um pouco mais de 12 anos, ficavam incumbidos de perguntar: “Zé, tu ainda come tua mulé?”. Ele caía na gargalhada. Apesar do colégio ser religioso, ninguém seguia à risca os bons ensinamentos. A safadeza corria solta durante o intervalo. Zé, baixinho, também contribuía para a putaria juvenil. “Enrugada só minha cara, a pitoca ainda continua firme.”

p.s 1:. Agora eu reconheço como eram felizes as minhas horas de recreio. Obrigada, Zé, por esses momentos de pura depravação.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Ilustração: Acioli

Trocou a casa por um balão
O céu, de tão perfeito,
lhe mostrou o caminho do infinito

segunda-feira, 14 de junho de 2010



p.s 1: How do I find myself again?

sexta-feira, 11 de junho de 2010


Ilustração: Acioli

O homem saiu para pescar palavras
Que pena, mas só tinha peixe
Voltou para casa vazio


p.s 1: Acioli é um cara que desenha pra se fuder, além de ser um grande amigo. Recentemente, ele criou um blog para divulgar suas ilustrações. Entra aí http://aciolidesenhos.wordpress.com/

quinta-feira, 27 de maio de 2010



Você já reparou nos vendedores de pipoca? Não são aqueles que vendem no carrinho, esperando você sair bonitinha (o) do cinema ou teatro. São aqueles que, na hora do rush, ficam correndo para lá e para cá com um saco na mão. Pois bem. Dia desses, voltando do trabalho, dediquei-me a observá-los. Percebi, então, que são verdadeiras empresas competidoras. Tudo bem, eles podem até ser amigos, mas na hora de gritar “Olha a pipoca, olha a pipoca” a rivalidade entra em jogo. É uma concorrência inconsciente, mas acirrada. Tem aquele que grita “Olha o pipocão”. Já outro diz “Olha a pipoca crocante”. Um mais ousado arrisca em dizer que é “O passatempo da viagem”. Todas essas frases são repetidas em alto e bom som e em curto espaço de tempo. Até que entranha pelos ouvidos e a mensagem vai parar na barriga. Então, pedimos “Me vê uma pipoca, por favor”, para tentar amenizar a fome do jantar.
Como são muitos pipoqueiros, é preciso buscar uma maneira diferente de convencimento. Quando um ônibus vai se aproximando da parada, eles saem correndo e tentam alcançar as janelas. Nós, compradores, não temos muitos critérios para decidir entre esse ou aquele. A pipoca é a mesma e o preço também. A maneira de comunicar e a abordagem diante do consumidor são as estratégias de marketing em questão. Daí, eu me perguntei, e eles sabem que danado é estratégia de comunicação? Marketing? Não, não sabem.
Essas coisas estão na essência do ato de vender. Os pipoqueiros têm noção de concorrência, de disputa. E, para vencerem esta batalha, precisam se munir de ferramentas “conquistatórias”. É preciso encontrar caminhos para se destacar.
Foi aí que um deles me chamou atenção. Com agilidade, o pipoqueiro conseguiu convencer o motorista de entrar no ônibus para vender as pipocas, só durante o trajeto da parada até o sinal que havia logo mais à frente. Ele sabia que isso lhe traria bastante êxito. E trouxe. Saldo: 10 pipocas vendidas.

p.s 1: Esse post é em homenagem ao meu (in) consciente workaholic.