quarta-feira, 18 de março de 2009

Craques em colecionar


Mania dos apaixonados pelo futebol é reunir camisas de times. O pré- requisito é: quanto mais velho for o uniforme, melhor.

Dono de uma popularidade invejável a qualquer outro esporte, o futebol reúne uma legião de praticantes. Para alguns, a paixão pela bola no pé acompanha o gosto por colecionar. E o fanatismo acaba indo além dos gramados e vai parar no guarda-roupa. A peregrinação por camisetas de time virou mania entre os brasileiros, como é o caso do publicitário Felipe Marx, de 33 anos, que possui uma coleção de camisas de times nacionais e internacionais.

O gosto por reunir uniformes, vale ressalta que é apenas a parte de cima, veio por um acaso. A primeira camisa do publicitário foi em 1988, quando a vó dele viajou à Europa e lhe trouxe uma do Barcelona. O fato é que, com a brincadeira, Marx hoje possui, aproximadamente, 60 peças. E não nega, apesar da adoração ao futebol, é são paulino de coração. “Cheguei ao ponto de me casar com uma camisa do São Paulo por baixo do fraque. Não tenho muitas camisas do meu time, umas cinco ao todo, mas uma delas é especial para mim: a de 1991, com todos os autógrafos dos jogadores”, fala Felipe.

Assim com a maioria dos colecionadores, Felipe corre atrás de uma boa relíquia. Camisas que carregam algum tipo de história ou compradas em alguma circunstância especial, como viagens, são requisitos fundamentais para se tornarem colecionáveis. “Antes, trocava camisas pelo correio com correspondentes que eu encontrava em revistas européias. Era tudo na base da confiança. Tomei alguns tombos, mas consegui camisas muito legais. Hoje, tenho feito trocas esporádicas com colecionadores brasileiros, ou comprado em viagens de lazer ou trabalho”, comenta ele.

Filho de peixe, peixinho é, já diria o ditador popular. Caio, de apenas cinco meses, filho de Felipe Marx, parece que irá seguir a mesma mania do pai. Na pequena cômoda estão guardadas as camisas do São Paulo, do Boca Junior e do Nueva Chicago, da Argentina.

Unidos pelo mesmo motivo, os irmãos Vinícius e Vítor Cunha, respectivamente 14 e 19 anos, são jovens colecionadores, mas não ficam para trás quando o assunto é camisas de futebol. Juntos, possuem um montante de quase 74 itens. “Quem ganhou a primeira camisa foi Vinícius. A partir daí, decidimos colecionar juntos. Tentamos sempre comprar, pelo menos, uma por mês. Lógico que nem sempre é possível”, ressalva o mais velho.

Por ter pouca idade, Vinicius, sempre que pode, apela por uma camisa para completar a coleção, principalmente, em datas comemorativas. “A gente compra mais camisas internacionais, pois achamos mais bonitas, além disso, no Brasil temos o nosso time do coração, que o é Sport”, comenta o adolescente.

Apesar de um cuidado muito maior do que as outras roupas, o estudante alega que, frequentemente, usa as camisas para sair. “A gente sempre usa as camisas. Tem uma que é especial e que, por isso, não vestimos, a do Grêmio autografada por Felipão, que na época era técnico da equipe”, diz Vítor, tendo a aprovação do companheiro de coleção.

Pela dificuldade de encontrar camisas de paises estrangeiros, os dois irmãos recorrem à internet para adquiri-las. Os dois deixam claro que não compram uniformes de clubes adversários ao Sport Clube do Recife, equipe para qual torcem. Já o estudante de direito Vinícius Medeiros, e o mais radical dos colecionadores, diz ser fiel ao time que torce, o Santa Cruz. “Só compro camisas internacionais. Nacionais, só as do santinha”, sentencia. Novato na arte do colecionismo, Medeiros chega perto de 20 peças no guarda-roupa.

Atualmente, quem leva o troféu de maior colecionador brasileiro de camisas de futebol é o empresário Paulo Gini, dono, também, do título de terceiro maior colecionador de camisas de futebol do mundo e o maior da América Latina, com mais de três mil itens em seu acervo.

Internet facilita a troca de ideías

Para compartilhar algumas aventuras e trocar idéias sobre as camisas, o publicitário Felipe Marx criou o site chamado “minhas camisas” (www.minhascamisas.com.br). “Congreguei em torno do site uma legião de amantes de camisas, que passaram a me ajudar nos relatos, indicando camisas novas, lançamentos, lojas, etc”, conta ele. O resultado é que, atualmente, a página tem 100 mil visitas mensais, e não pára de crescer.

O site existe desde 2006. Nele, são feitas trocas, vendas e compras de novos itens para a coleção dos que aderiram à febre. Além de ser formado por fóruns de discussões, fotos dos últimos modelos lançados e histórias engraçadas de internautas, que contam alguma de suas aventuras como colecionadores.

“Digo que, em um meio como o futebol onde as paixões às vezes levam a
confrontos, as camisas de futebol une amigos de todo o mundo. No meu site, atleticanos, cruzeirenses, palmeirenses, corinthianos, flamenguistas, vascaínos, tricolores, rubro-negros e alvirrubros deixam suas diferenças de lado e irmanam-se na paixão pelas suas camisa”, diz orgulhoso o criado do site.

O tema também é explorado por integrantes de sites de relacionamento, como o Orkut. A comunidade “camisas de futebol” tem mais de 4 mil membros.

Matéria veiculada na Revista Viasports

Entre o céu e o mar


Conheça a modalidade que mexeu com a cabeça dos surfistas, revolucionou os esportes aquáticos e enche de cores as praias brasileiras

A emoção de juntar céu e mar. Essa aventura com sabor de liberdade é conhecida pelo nome de kitesurf, ou apenas kite. E é provocada pela simples combinação de uma pranchinha nos pés somada à força dos ventos impulsionando uma pipa presa às mãos por uma corda. O resultado: um vôo rasante na água e visual de encher os olhos. Quem já viu algo parecido provavelmente entendeu que esse é o espírito do esporte – uma mistura de surfe, windsurfe e wakeboard (esqui aquático).

Apesar de ser uma prática relativamente nova, o kite já possui adeptos no mundo todo. No Brasil, são mais de três mil praticantes. Entre eles, atletas profissionais que elevaram o esporte para além de um estilo de vida; e melhor, arrasando nos torneios. Mas num país que possui, de norte a sul, mais de sete mil quilômetros de litoral – percurso que reúne os melhores lugares para praticar o kitesurf -, soaria mesmo estranho se os brasileiros ficassem para trás.

Miller Morais, 27 anos, está ai para comprovar essa teoria. Nascido em Ilhabela, São Paulo, resolveu ser atleta profissional na área de esportes radicais. A paixão pelo kitesurf começou quando viajou para o Havaí, em 1999. Foi lá também, onde a prática já era bem mais difundida, que aprendeu novas manobras e conheceu melhor o esporte. A partir daí, passou a difundir pelo Brasil todas as suas experiências adquiridas no exterior. Segundo colocado no Mundial de Kitersurf PKRA (Professional Kiteboard Rides Asssociation), na categoria Wave, Morais diz que costuma treinar nas praias do Nordeste. “Gosto de velejar com ventos em torno dos 25 nós endas de dois a três metros, mais ou menos”.

Além dos ventos, que dão o impulso para a realização das manobras, é a pipa o principal instrumento do Kitesurf, funcionando como uma espécie de pára-quedas (é feita do mesmo material). O formato abaulado e as asas aerodinâmicas são para facilitar o vôo. Essa estrutura foi pensada por Dominique e Bruno Legaignoux, dois irmãos franceses obcecados por velejo e esportes aquáticos, ao registrar a patente da “asa curvada com estrutura inflável”. A partir daí, em 1985, o kitesurf tomou sua forma atual. A regulamentação do esporte é monitorada pela Associação Brasileira de Kitersurf (ABK). Para isso, todas as escolas de kite são monitoradas a partir de um padrão estabelecido, que consiste em uma prática segura e profissional. “A evolução dos equipamentos, para torná-los mais seguros, também, tem sido uma constante. É bom também tomar cuidado com os lugares, pois nem todos são apropriados para a prática”, comenta Miller Morais.

Apesar de o clima ser favorável o ano inteiro, cada região do Brasil apresenta os melhpores ventos em determinadas épocas. Da Bahia em direção ao Sul do país, a chegada das frentes frias favorece à pratica do kitesurf. No Nordeste, a temporada dos ventos começa a partir de junho e vai até fevereiro. No ranking das melhores praias para a pratica, Praia de Luís Correia (PI), Jericoacoara (CE), Cumbuco (CE), São Miguel do Gostoso (RN), Maracaípe (PE), Ilhabela (SP), Postinho (RJ), Araruama (RJ) e Ibiraquera (SC).

Apaixonado pelas praias cearenses, João Henrique Ferreira, 33 anos, que é kitesurfista e fotógrafo profissional, costuma dizer que o Ceará tem um clima excelente, águas na temperatura ideal e os melhores ventos para a prática do kitesurf. Tanto que se mudou para lá. “As praias do Futuro, de Paracuru, do Coqueiro e a de Cumbuco são as minhas preferidas.” Esta última já sediou, ano passado, a sexta etapa do mundial do Kite Professional World Tour (KPWT).

Além de desfrutar da sensação que o esporte lhe proporciona, João também leva a vida fotografando outros atletas, registrando cada momento de saltos, giros e quedas. “O kite é um esporte que nos passa uma energia muito boa de liberdade. Não há motor, apenas a força do vento junto com a pureza da água do mar e a beleza natural da praia.”, descreve. Em 2007, ele ficou entre os três melhores no brasileiro e foi segundo colocado do campeonato cearense. “Estou me dedicando para continuar entre os três melhores do campeonato brasileiro, senão o melhor, e conseguir outros títulos.”

O pernambucano Eduardo Fernandes, mais conhecido com “Rato”, é também um dos atletas seduzidos pelo estilo do kitesurf. Surfista Professional, assim como Miller Morais (são amigos) ele conheceu o esporte quando viajou ao Havaí, em 2000. “Alguns surfistas profissionais amigos meus começaram a fazer e me incentivaram a praticar. Acabamos nos motivando”, conta ele, que de tanto treinar, acabou conquistando o vice-campeonato da primeira etapa do brasileiro de kitewave, em 2007, e foi campeão sul-americano de hang time, em 2003.

Distante das competições, Rato divide o seu tempo entre o trabalho, a família e o kitesurf. É dono e professor de um centro de treinamento de esportes de prancha, o Boardcenter, que fica na praia de Maracaípe, Litoral Sul de Pernambuco. “Nossa escola é referência no ensino do kite no Brasil. Já formamos mais de 750 alunos”, afirma. Para os que pretendem se aventurar no esporte, ele adverte que é fundamental saber nadar e aprender a manusear corretamente os equipamentos.

Nas competições, as modalidades mais conhecidas são o Freestyle, executado com manobras similares às de wakeboard (em vez de uma pipa, a prancha é puxada por um barco em alta velocidade); a regata, que se assemelha às corridas de vela; e o kitewave, com manobras executadas nas ondas, parecido com o surfe. De acordo com Gustavo Foerster, competidor e diretor de conteúdo do site Windzen, www.windzen.com.br, (responsável pela revista Kitesurf Mania), a nova onda do momento, e a preferida dos atletas, é o kitewave. “O kitewave é uma das modalidades que mais crescem, devido a sua similaridade com o surfe, além do aperfeiçoamento dos equipamentos.” Os fabricantes até já aderiram à mistura e passaram a adaptar as verdadeiras pranchas do surf para servirem de velejo. Em setembro deste ano, Gustavo ficou em nono lugar no primeiro Sul-Americano de Kitesurf Wave. O evento contou com mais de 60 inscritos do Brasil, Argentina, Chile e Peru.

Na mira das competições

Anualmente, o circuito brasileiro, os campeonatos estaduais e as etapas do mundial fazem parte da rotina dos atletas. No time feminino, está a tetracampeã brasileira Carol Freitas. Graças ao reinado, que começou em 2002, Carol faz parte do time que representa o Brasil nos campeonatos internacionais. Com o mesmo entusiasmo, a paulista Bruna Kajiya também é um dos grandes nomes e trouxe para o país o vice-campeonato na segunda etapa do Circuito Mundial de Kitesdurf, este ano.
Favorito na categoria wave, o baiano Roberto Vieira, o Robertinho, também tem alcançado excelentes resultados. Com duas finais nas principais etapas do circuito de 2007, o Mormaii Ibiraquera Wave Contest (SC) e o oi Kitesurf, na Barra da Tijuca (RJ), garantiu o título de vice-campeão brasileiro.

Assim como a maioria, Robertinho também era surfista. Até o dia em que o vento passou a ser o seu maior aliado. “Tudo começou quando eu voltava do trabalho pela orla e vi um cara desc endo uma onda de kite meio desengonçado. Parei o carro e descobri, naquele momento, que eu poderia surfar uma onda com a ajuda do vento. Afinal, sempre que ventava, o mar ficava mexido e eu não ia surfar”, explica o primeiro praticante de kitesurf da Bahia, e hoje, um dos principais atletas do país.

Outros destaques que disputam competições ao redor do mundo são Reno Romeu (RJ), na categoria Freestyle; Wilson Veloso (PB); Guilherme Brandão (SP), o Guilly, que foi terceiro colocado no mundial de 2007; Dudu Schultz (SC); Victor Aldamo (SP); Silvio Vilarin (RN); Evandro (CE); Tomaz (CE); Goiaba (CE); e Marcelo Cunha (RJ). Como atesta Robertinho. O Brasil está muito bem representado. “Ainda não temos um campeão mundial, mas vamos ter com certeza, muito em breve”, avisa.

Matéria veiculada na Revista Viasports - outubro/novembro 2008

terça-feira, 17 de março de 2009

Da palavra ao encanto


“Agora veja a minha situação: vender o que não se vende, vender poesia, vender o sublime, pregoar o invisível, botar preço no que não tem preço.”
Trecho do livro Mercadorias e Futuro

De barba e com o cabelo mais curto, José de Paes Lira chegou ao Teatro de Santa Isabel, no Recife, em companhia dos três filhos e do empresário. Os passos apressados justificavam as duas entrevistas que ainda iria conceder, faltando apenas uma hora para o início do espetáculo. Sim, essa tensão já faz parte do dia-a-dia do vocalista da banda Cordel do Fogo Encantado há 11 anos, mas aumentou bruscamente depois que ele, paralelamente aos shows, passou a dedicar-se à literatura e ao teatro.

Em apenas um mês, foram dois livros lançados: “Garoto Cósmico”, dedicado ao público infantil, da editora paulista FTD; e “Mercadorias e Futuro”, pela Ateliê Editorial, dentro da coleção LêProsa, que acabou virando uma peça de teatro. Como ele mesmo atesta, a experiência de unir as duas artes não é nova. “Afinal, eu comecei pela palavra, através da escrita e da interpretação.” O fato é que o que para o público aconteceu de repente, para ele está sendo um resgate ao que já havia feito um dia. E nem precisa dizer que realidade e ficção se misturam na trama apresentada pelo próprio músico, que vive o personagem Lirovisk.

Com uma performance que une efeito de luz, som, poesia e improviso, grosso modo o espetáculo poderia ser encarado como uma apresentação qualquer do Cordel. Mas, sem muito tempo para respostas longas, Liinha garante ser bem diferente. “O espetáculo é feito assim: o personagem é construído com um pedaço de memória e um pedaço de invenção. O próprio nome já revela isso, o radical lira, que é o meu nome, e o ovisk, que é uma fantasia, uma brincadeira, uma outra coisa, sabe?”, explica.

Produzido e co-dirigido pela atriz Leandra Leal, sua atual namorada, “Mercadorias e Futuro” tem duração de 60 minutos e é uma verdadeira crítica à aura profética atribuída a Lirinha, devido às suas apresentações, digamos assim, sobrenaturais. Na hora da descontração, ele até achou graça a idéia de poder controlar a vontade do tempo. Ainda mostrando inquietação diante do assunto repetitivo, ele rabateu. “Essa história de conseguir fazer chover não existe (risos). É um grupo que tem uma intenção catártica, uma intenção de tirar você de um lugar e colocar em outro, mas isso não significa que é algo paranormal”, comenta.

No palco, Lirovisk (ou Lirinha?) tenta convencer as pessoas de que o produto que ele está ofertando – um livro de profecias – é imprescindível para as suas vidas e que, por isso, devem comprá-lo. Durante as falas, um pouco de suas memórias é traduzida em poemas que escreveu quando criança. Dono de um talento precoce, o arcoverdense começou a compor aos 12 anos. “A minha primeira atividade artística foi recitar poesia. Eu já escrevia várias coisas em casa. Depois de ter tido essa experiência, eu decidi fazer teatro, depois comecei a compor letras de músicas.”

Foi na experiência musical que Lirinha aprimorou a sua performance, provocando uma mistura diferente de ritmos, embalados pelo som que nasceu da variedade da cultura nordestina. De seus cantadores e poetas populares. Na hora da apresentação, o troar dos tambores juntamente com as letras das músicas, impressiona a platéia, que entra em transe. Este ano, o grupo trabalha no lançamento do quarto disco, que está em fase de pré-produção em São Paulo. “Até agora, já existem 11 músicas com mais alguns poemas e vinhetas que eu ainda termino de compor”, comenta o líder da banda, que consegue arranjar tempo para tantas criações.
Mesmo com uma agenda carregada, o músico não deixa de visitar a sua terra natal, o município de Arcoverde, no Agreste de Pernambuco. Em média, consegue ir oito vezes por ano. “Quando chego lá, deixo minhas malas em casa e vou logo ver minha filha, Elvira, e meus amigos de infância. Esses encontros são fundamentais para mim.”

Quando não está no Nordeste, Lirinha aproveita o mínino de tempo livre para ler e escrever “bobagens”, ditas assim, pois não vão nem para o Cordel, nem para a peça, nem para nada. “Escrever livro não dá pra ser nas horas vagas, pois essa atividade passa das horas vagas e termina entrando nas horas não vagas. Você termina entrando nas horas não vagas. Você termina mergulhando muito. Para escrever mais ou menos, não dá”. E continua: “Eu até queria escrever outro livro, mas não tenho tempo agora.”. O “Mercadorias e Futuro” levou cinco anos para ser concluído.

Apesar de transitar entre os diferentes estilos artísticos, Lirinha não se considera um “homem multimídia”. Segundo ele, quem executa vários trabalhos ao mesmo tempo termina se tornando superficial. Em linhas gerais, é como se a fusão das artes fosse uma unidade, algo que cresceu simultaneamente com a sua evolução artística. Mesmo com todo o talento, ele deixa bem claro que não quer seguir a carreira de ator. “Eu quero continuar nessa atmosfera entre teatro, música e poesia. Isso sou eu. Não comecei a ser ator agora”. E completa “Não quero ficar sendo vários personagens.”

Matéria veiculada na Revista Viasports - outubro/novembro 2008