Sexta-feira, 23h30. Larguei do curso desejando um teletransporte.
Mas, não. Tive que ir para a parada esperar meu ônibus e torcer pra ele passar
logo. Sim, eles passaram. Foram dois, mas nenhum parou pra mim. Minha cara de acabada não
deve ter convencido ninguém mesmo. Na agonia de voltar pra casa, decidi pegar
um táxi. Estava só com o valor da passagem na carteira, mas, pela graça de deus, existe uma cooperativa aqui no Rio que te permite pagar a corrida com cartão de
crédito. Sem ter como ligar, tive que esperar passar um táxi da
cooperativa. Parou um.
- Boa noite, o senhor aceita cartão?
-
Não...só pra quem pede pelo telefone.
-
Poxa, eu vou pra Tijuca, mas estou sem dinheiro.
-
Entra aí.
Depois de um tempinho estabelecida dentro do automóvel, eis
que me dou conta.
-
Já peguei um táxi com o senhor.
-
Foi?
-
Sim, naquele dia que estava eu, meu marido e o
amigo dele. Eles foram pra Lapa e o senhor me deixou no Vivo Rio.
-
Poxa! A senhora tem uma memória muito boa, viu?
Estou impressionado...ainda mais com tanto táxi que existe aqui no Rio.
-
Eu não costumo me lembrar das coisas não. Mas
lembrei do senhor!
Rimos e continuamos a conversa. As coincidências chegam em
boas horas. Em um instante eu nem lembrava mais do meu dia cheio e intenso.