sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Caboclinhos colorem as ruas do Bairro do Recife


20/02/2009 17:31:04

O colorido dos caboclinhos iluminou a noite do Bairro do Recife, nesta quinta-feira (19), nas últimas prévias, antes da abertura oficial do carnaval. Durante o roteiro do III Festival de Caboclinhos e Tribos Indígenas, que iniciou na rua da Moeda, passando pela rua Mariz e Barros e avenida Marquês de Olinda, até chegar ao Marco Zero, os foliões contemplaram os toques dos tambores e a dança contagiante de 20 grupos. Apresentaram-se as tribos indígenas Arapahós, Carijós de Camaragibe, Tupã, Tapuias Câmara de Camaragibe, Tabajaras, Canindé de Camaragibe, Cahetés de Goiana, Tupy, Canindé de São Lourenço, Tapuyas Canydé de Goiana, Taquaracy, Oxóssi Pena Branca, Tapirapé, Sete Flexas do Recife, Guaianás, Paranaguases, Kapinawá e Canindé do Recife. O encontro terminou com uma homenagem ao fundador do caboclinho Tapirapé, que é um dos sustentáculos da cultura indígena.

No meio de cada apresentação, uma mistura de gerações formava a identidade de cada grupo de caboclo. Sílvio Romero, conhecido com Silvinho, explica que os ensinamentos são passados de geração a geração. Ele, que tem três filhos, orgulha-se de poder continuar o costume herdado do pai. “A tribo Tapuias Câmara de Camaragibe, na qual coordeno, já está indo para a quarta geração. Meu pai, José Boaventura Borges, fazia parte da Tribo Indígena Kapinawá”. Silvinho explica também, que a rivalidade entre os “donos” de caboclinhos é constante, principalmente, quando a concorrência é com algum membro da família. “Tenho mais dois irmãos que montaram o seu próprio caboclinho, o que causou indignação na família e, conseqüentemente, brigas constantes. Nas apresentações, era um querendo dançar melhor do que o outro, agora, melhorou”.

A dança é parecida com um ritual, sendo apresentada em duas fileiras. Primeiramente, é feita a Guerra, onde todos os caboclos se preparam para a batalha. Depois, vem a Perré, significando uma adoração ao chefe da tribo. E, por último, tem o Baião, que apesar de lembrar um ritmo junino, é uma coreografia festiva. Todos são determinados pela mudança da batida. Mayara Rodrigues, de 10 anos, exibia os passos aprendidos nas aulas de dança. Segundo ela, a essa oportunidade oferecida pela Prefeitura do Recife é importante, pois valoriza a cultura indígena, que ainda é muito forte no interior do estado. “A sensação de ver as pessoas nos prestigiando é o que nos faz ter mais garra na hora de se apresentar”, completa a menina.
Pólos das Fantasias – Quem compareceu na última quinta-feira (19) à praça do Arsenal da Marinha teve a oportunidade de ver as orquestras de frevo Astral e Raízes Pernambucanas, além das apresentações dos passistas dos grupos Divinos Passos e Repente do Passo, do Urso Preto de Maranguape, da Troça Carnavalesca Destemido de Campo Grande e do Maracatu de Baque Virado Linda Flor. No palco, a banda Sagrama levou aos foliões um repertório preparado especialmente para o carnaval, contemplando o frevo. O show contou com a participação do grupo de dança Perna de Palco e dos integrantes do coral Paraquedista Real.

Em seguida, às 21h, foi a vez de festejar os 20 anos do coral Edgard Morais, sob a regência do maestro Marco César. O grupo é formado por parentes do homenageado, falecido há 35 anos. “Fizemos esse show para prestigiar Edgard, em maio do ano passado, no Teatro de Santa Isabel. Estamos finalizando as comemorações neste carnaval”, explica a integrante Inajá Morais. Além da companhia do Bloco da Saudade, o espetáculo teve a presença do maestro Spock, de Claudionor Germano, Dalva Torres e Getúlio Cavalcanti. A banda Pinga-Fogo finalizou a programação pré-carnavalesca do Arsenal da Marinha.

Veiculada em http://www.carnavaldorecife.com.br/noticias.php?cod=770

Nenhum comentário: