terça-feira, 29 de setembro de 2009

Não!



Não é pra ficar aqui não. Aqui não pode ficar não. Aqui, não.
Tá olhando o quê? Não é pra ficar aqui não. Não pode ficar não.
Se manda daqui vai. Vai embora. Aqui não é lugar pra você.
Tá esperando o quê? Dá um fora daqui dá. Sai daqui.


Decidi postar essa imagem juntamente com esse trecho, que é uma música da banda Cidadão Instigado. Achei coincidência o bastante estar diante da figura e da letra no mesmo dia. Aí, para completar, lembrei de um texto que eu havia feito para uma disciplina da faculdade. Bingo! Os três têm afinidades de sobra.

Receber uma negação causa, num primeiro momento, um sentimento de frustração. Se fossemos pensar quantas vezes no dia falamos, ouvimos e até pensamos “não” estávamos fodidos. Né, não? Receber um não após uma negociação, após a apresentação de um projeto, ao declarar seu amor a alguém, não é algo que realmente queiramos, principalmente, quando agimos com a honestidade das palavras e dos sentimentos.

A palavra “não” parece ser a primeira que aprendemos em nosso vocabulário. Desde criança recebemos NÃOS. “Menino, não faça isso”, “Eu já te disse para não ir lá”, e por aí vai... Entretanto, há quem afirme que a criança começa a desenvolver seu pensamento a partir de frustrações. E que a falta delas na infância pode acarretar, no futuro, um adulto eternamente insatisfeito ou desencadear crises emocionais como resposta a qualquer contrariedade. Estava certo o sábio Freud ao dizer que somos todos esquizofrênicos. A culpa disso tudo deve ser do simples e remedioso “não”.

Para entender melhor todo o contexto, a palavra frustração vem do latim frustatio que, por sua vez, significa em vão, ou seja, impedir que a pessoa atinja um objetivo, uma meta, uma expectativa ou um desejo. E, quanto maior o objetivo, a meta ou a expectativa, maior a frustração. É quando somos privados da satisfação de um desejo ou de uma necessidade. Quem não (olha aí) gosta de fazer o que quer?! Estamos sempre diante de frustrações. É terrível ler isso, mas é fato. Pode significar impedimento, atraso e conflito. Mas, no fim, a palavra de ordem é sempre a mesma, é não, não e não!

Uma simples palavra de três letras causa uma imensidão de problemas. Vários palavrões são acarretados pelo “não”. Agonia, amargura, angústia, ansiedade, consternação, desalento, desânimo, desapontamento, decepção, descontentamento, descrença, desilusão, desgosto, ira, mágoa, malogro, ódio, perplexidade, raiva, rancor, tristeza, para citar alguns. Em casos extremos, pode até desencadear uma baixa da auto-estima no indivíduo, aparecimento dos sintomas de estresse e depressão. Você está pensando em não dizer mais não, não é? Positividade é enterrar o não consigo, camarada!

O “não” pode significar muita coisa na vida de uma pessoa. Isso depende da entonação e da causa. Receber um “não” pode não ser o fim do mundo. Claro que necessitamos de um tempo para recuperar o impedimento, podendo ser algo demorado e difícil.

Outra coisa legal de receber um “não” é a experiência de aceitar as mudanças que ocorrem em nossas vidas. Relaxe e enfrente-o com naturalidade. Ele não tem a capacidade de cometer um assassinato. Até onde eu saiba, o “não” não possui região cortante, perfuradora ou efeito venenoso. Também não seja egoísta e pense que o “não” é só seu. Ele está com todo mundo. O “não” faz parte da vida, independente de classes e raças! Tudo depende da maneira como ele é visto e encarado. O importante é saber que o “não” de hoje pode ser o “sim” de amanhã.

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